top of page
  • inctnanobiofar

Pesquisa realizada por equipe do INCT propõe medidas específicas na prevenção do avanço de doenças hepáticas no país



Maria de Fátima Leite

Os casos de doenças hepáticas têm aumentado em todo mundo, sendo a 11ª causa de mortalidade e uma das principais causas de morbidade. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2 milhões de pessoas morrem por doenças no fígado por ano, correspondendo a 4% das mortes anuais. Esse cenário é extremamente alarmante e tem grande diversidade de perfis patológicos, como hepatite viral crônica, doença alcoólica do fígado, doença hepática gordurosa não alcoólica e esteatohepatite, que são as principais causas de cirrose e câncer de fígado. Todas essas condições ocasionam maiores gastos por parte dos sistemas de saúde visto que levam a um aumento de hospitalização, testes diagnósticos e exames, medicação prolongada e manejo estendido de pacientes, incluindo o transplante como desfecho final comum para casos graves de muitas dessas doenças.


A existência do DATASUS, componente do Sistema Único de Saúde (SUS), coloca o Brasil em posição privilegiada na compreensão do perfil de doenças hepáticas em relação ao mundo, sendo necessário um levantamento acessível que traduza os dados em conhecimento, servindo de direcionamento às políticas públicas nesse setor da saúde.


Sobre a Pesquisa - Utilizando a plataforma Tabnet (DATASUS), o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nano-Biofarmacêutica (INCT Nanobiofar) realizou uma pesquisa que aponta a mortalidade por doenças hepáticas no Brasil nas 2 últimas décadas. Este estudo mostra não somente um aumento no número de óbitos, mas também recortes das doenças hepáticas no Brasil por gênero, raça e região, que marcam a diversidade do país. Vale ressaltar que foram também avaliados os custos neste setor da saúde.


Por exemplo, de acordo com a abordagem, o número total de óbitos no Brasil era de 26.349 pessoas em 1998, esse número aumentou para 40716 óbitos, em 2020. O custo das internação por doenças hepática, corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), era de R$ 24.577.930,57, em 1998, e passou para R$ 256.396.516,30, em 2021, e o valor médio de internação passando de R$ 340,76 para R$ 3.743,34.


De acordo com a Professora Titular do Departamento de Fisiologia e Biofísica da UFMG, Maria de Fátima Leite, coordenadora do sub Projeto Fígado em Foco do INCT, o conjunto de dados levantado pode auxiliar o planejamento, de modo a embasar e otimizar políticas públicas e destinação de verbas neste setor da saúde. “As doenças do fígado são diretamente influenciadas pelo estilo de vida da população, de tal forma que campanhas de conscientização assertivas e direcionadas aos diferentes setores da sociedade brasileira, conduzidas e orientadas corretamente, podem gerar efeitos benéficos a curto e longo prazo na prevenção do avanço de doenças hepáticas no país”, disse a coordenadora.



Equipe do INCT Nanobiofar

As coletas e análises de dados foram executadas pelo Professor André G. Oliveira e o aluno de graduação do curso de Ciências Biológicas da UFMG, Joao Guimarães.


Ainda de acordo com os estudos, os dados relacionados a transplantes, a partir de 2008, apontam que foram gastos R$ 51.223.574,44, com o procedimento, já em 2022, foram gastos R$ 200.203.639,13. “Vale frisar que isso corresponde a mais de 60% do investimento em tratamento de doenças hepáticas, mas, é um resultado preocupante visto que o transplante não é algo viável para todos os pacientes e doenças de fígado podem ser prevenidas com campanhas de conscientização e muitas vezes revertidas com, tratamento se detectas e diagnósticas cedo”, explicou a professora.


“Estamos diante de um cenário grave, porém a nossa equipe do INCT Nanobiofar está qualificada para atuar e para estabelecer parcerias tanto com atores políticos, auxiliando na implementação de metas governamentais assertivas para maximizar os recursos públicos, quanto com profissionais de saúde, propondo medidas mais específica na prevenção do avanço de doenças hepáticas no país”, concluiu.

bottom of page